"The Runaways - Garotas do Rock" (2010) tinha tudo para ser uma cinebiografia fodíssima sobre a primeira banda de rock and roll composta apenas por mulheres, mas infelizmente derrapa em clichês, cai em buracos, perde-se em atuações toscas e deixa saudosistas daqueles tempos putos da vida. O filme leva a direção da italiana Floria Sigismondi, que já assinou viodeoclipes para nomes como The White Stripes e Incubus, e tem roteiro baseado no livro "Neon Angel - A Memoir of a Runaway", escrito pela ex-vocalista do grupo, Cherie Currie.
Primeiro, vamos esclarecer um pouco sobre a história da banda, coisa que o longa não faz. The Runaways nasceu em 1975, na Califórnia, numa época em que não havia tradição feminina quando o assunto era rock. Gravou o primeiro álbum um ano depois, sob a formação: Joan Jett, Cherie Currie, Sandy West, Lita Ford e Jackie Fox. Em 1977, após o lançamento do segundo disco, Queens of Noise, as meninas embarcaram em apresentações pela Europa e pelo Japão. Com a primeira turnê internacional, vieram o auge e também a decadência. O abuso de drogas, as brigas internas e os desentendimentos com o empresário Kim Fowley acentuaram o declínio da banda. Após Cherie e Jackie deixarem o grupo, The Runaways gravou ainda mais dois discos, sendo enterrado de vez em 1979. Joan prosseguiu em carreira solo e, em 1982, lançou o famoso hino "I love rock and roll" (aquele mesmo que a Britney ecamente regravou).
A carreira da banda pode até ter sido curta, mas o filme peca ao fazer tudo acontecer da noite para o dia. Sem falar nos clichês. Acredite, tem a clássica cena de manchetes de jornais voando pela tela. E, ainda, ao apostar no clássico sexo, drogas e rock and roll, o roteiro acaba reduzido à dupla Joan (Kristen Stweart) e Cherie (Dakota Fanning). Parece muito mais interessado em mostrar (uau!) como as duas podem ser rebeldes e sair na pegação, transformando as demais integrantes em meras figurantes. Kristen pode até cortar o cabelo e fazer pose de roqueira, mas ainda lembra o jeito afetado Bella Swan de ser. Já Dakota tenta esbanjar sensualidade, mas passa longe da verdadeira Cherry Bomb. O ponto alto das atuações fica com o excêntrico Michael Shannon, que aparece como o produtor Kim Fowley. A trilha sonora também não é de se jogar fora, bem como a direção de arte, que reproduz muito bem o estilo da época.
Enfim, "The Runaways - Garotas do Rock" não foi feito para os fãs da banda, e sim para os fãs de Crepúsculo.
Um pouquinho de The Runaways aí embaixo:
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